António Câmara completou a sua licenciatura em Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico, continuando estudos nos Estados Unidos, primeiro em Virginia e depois no MIT. Actualmente, é professor na Universidade Nova de Lisboa, e propõe, no seu livro O Futuro Inventa-se, uma nova universidade.
Para o autor, a Universidade deve repensar o seu papel, tornando a sua relação com a sociedade muito mais activa. Deve dedicar-se a formar jovens inovadores e não apenas a ensiná-los como passar nos exames, deve incentivar mais a investigação científica, deve promover as actividades extra-curriculares junto dos alunos através de projectos entusiasmantes, deve ser um espaço agradável que procure atrair visitantes, entre outras funções que permitiriam melhorar a educação e a investigação e, a mais longo prazo, a economia e a sociedade.
Uma demasiada proximidade entre a Universidade e as empresas leva à destruição dos cursos de índole mais académica e com menos aplicações imediatas, como o estudo das línguas clássicas, a Filosofia, a Física Teórica ou a Matemática Pura. Esse é o grande perigo da visão que se tem desenvolvido da Universidade enquanto plataforma de apoio às empresas comerciais: muito do conhecimento humano acumulado não pode ser considerado, (pelo menos a curto prazo), numa perspectiva de gerar empregos, formar alunos empreendedores ou criar riqueza.
ReplyDeletePosto isto, não discordo das posições do António Câmara, mas há que ter alguma cautela, há muito a transmitir às gerações futuras que não se enquadra nesta categoria de "empreendedorismo". Como em tudo, há que fazer justos equilíbrios.
Sem dúvida, mas o próprio António Câmara começa por afirmar logo no início do livro que não defende, ao contrário de outros autores, uma substituição completa dos métodos de avaliação tradicionais, mas antes um equilíbrio. Também eu concordo com essa visão de equilíbrio, apesar de me dar bastante bem com um modelo de avaliação mais teórico.
ReplyDelete