Manuel Alegre foi o primeiro a anunciar que está na corrida às presidenciais, mas só Francisco Louçã e o Bloco de Esquerda lhe vieram dar apoio, enquanto o PS oscila entre o "não é altura de falar das presidenciais" e o "lá vai ter de ser...". De qualquer das formas, já se percebeu que a candidatura de Alegre não agrada o PS, embora provavelmente o vá acabar por apoiar. E é normal que não agrade, pois, como escreveu Henrique Raposo ontem no Expresso, «bem vistas as coisas, o "socialismo democrático" do PS tem mais semelhanças com a "social-democracia" de Cavaco do que com o "radicalismo esquerdista" de Alegre e do Bloco».
Ontem, na RTP, António Vitorino acabou com as falinhas mansas do PS em relação a esta questão, dizendo o que ainda ninguém dentro do partido tinha dito, mas que já toda a gente sabia: «é possível que haja uma candidatura que derrote Cavaco Silva oriunda da esquerda, mas essa candidatura não pode confinar-se a ser uma candidatura de esquerda». E acrescentou algo óbvio sobre o discurso de Alegre, que só Louçã e a restante esquerda radical parecem não conseguir ver: «não é por se falar muito da pátria que se tem uma candidatura transversal ou que consegue ganhar votos no eleitorado que oscila entre PS e PSD». É por isto que se trata de pura demagogia quando Louçã apoia Alegre dizendo que é preciso uma candidatura forte de esquerda.
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