Wednesday, December 16, 2009

Culturas e Culturas

O site The Political Compass disponibiliza aquele que é possivelmente o mais famoso teste de orientação política na internet. São-nos apresentadas várias afirmações, às quais temos que responder concordo absolutamente, concordo, discordo ou discordo absolutamente. A certa altura, aparece a seguinte afirmação:

Não há povos civilizados e não-civilizados, apenas culturas diferentes.

É importante reflectir sobre isto, tentando escapar aos instintos da resposta politicamente correcta e do relativismo cultural. Ainda ontem o Expresso noticiava que uma mulher de 75 anos, na Arábia Saudita, será condenada a 40 chicotadas por se ter encontrado com homens que não eram da sua família. Este tipo de "justiça" que existe em determinados países faz parte de uma cultura que não pode ser tolerada, nem desculpável com base em relativismos. Há que ser absolutamente directo e claro no que toca a este tipo de acontecimentos: eles não são próprios de um povo civilizado.

Há alguns meses, Henrique Raposo relatou o que Lawrence Wright escreveu num livro seu sobre Sayyd Qubt, o fundador do Islamismo. Este homem terá ficado chocado com o que encontrou em Nova Iorque durante o tempo que lá viveu, odiando "aquilo que as sociedades liberais têm de melhor: a liberdade individual, o ambiente cosmopolita, o pluralismo religioso e, claro, a liberdade sexual das mulheres". E depois acrescenta, sem papas na língua: "Os islamitas odeiam aquilo que nós amamos. Ponto final."

Retomo agora o início do texto. Na altura das últimas eleições para a liderança do PS, foi pedido a José Sócrates, João Soares e Manuel Alegre que respondessem ao questionário do Political Compass. Quanto à afirmação referida, todos assinalaram que concordavam. Não percebo este respeito forçado pela falta de civilização de algumas culturas. Comigo não contem para respeitar a violência, a injustiça, o machismo e as obsessões políticas e religiosas que põem em causa o bem-estar da população e a liberdade individual.

Há coisas que, simplesmente, não podemos respeitar.

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