É com agrado que verifico que o LHC tem vindo a ser publicitado na imprensa generalista portuguesa. Ontem, mais uma vez, o Expresso e o Público falaram do maior acelerador de partículas do mundo, para noticiar que foi atingido um recorde de potência. Embora as noticias pudessem ser cientificamente mais completas e esclarecedoras, o destaque que tem sido dado não deixa de ser bastante positivo.
Isto porque a ciência não pode ser apenas posse de alguns, mas de toda a humanidade. É, por isso, importante que se tenha alguma noção do que está a acontecer no acelerador de partículas do CERN. Há algumas semanas, atingiu-se a temperatura mínima de 1.9K (muito próximo do zero absoluto), tornando-se um dos lugares mais frios de todo o universo (a radiação cósmica de fundo tem uma temperatura de 2.725K). Ontem, atingiu-se uma energia de 1.18 TeV, ultrapassando o acelerador de partículas de Chicago, que detinha o recorde anterior, de 0.98 TeV.
Os recordes que têm vindo a ser batidos durante estes testes iniciais recordam-nos do poder da nossa tecnologia. Mas, dentro de alguns meses/anos, as experiências que serão levadas a cabo no LHC poderão revelar-nos mistérios muito mais espantosos, pois é possivel que os seus resultados venham a revolucionar a forma como entendemos a física de partículas e a cosmologia.
Algures na fronteira entre a França e a Suiça, a 100 metros de profundidade, estão a ser pisadas as fronteiras da ciência e da tecnologia actuais, para que muito brevemente se possa começar a caminhar em direcção ao reino do desconhecido.
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